O prefeito do guia da cidade São Sebastião, Ernane Primazzi, e o secretário de Saúde, Aldo Conelian Júnior, estiveram na manhã de terça-feira 23, na Rádio Morada do Sol participando do jornal “A Voz do Povo”, onde esclareceram a população vários assuntos relativos à saúde pública no município. Recentemente o Comus (Conselho Municipal de Saúde), protocolou no Ministério Público um termo de declaração contra a Administração em relação às denominadas ‘irregularidades encontradas no município no setor da saúde’, ação que gerou entrevista na rádio com a direção do órgão.

Em respeito aos munícipes e usuários da saúde, o Executivo mais uma vez se colocou a disposição para explicar sobre os procedimentos legais que têm sido adotados para manter a prestação de serviço de saúde em São Sebastião. “Esta área está  em constante aprimoramento, enfrentando inclusive, e da melhor forma possível, os percalços do caminho nem sempre tão fácil de seguir, porém encarado de forma digna por aqueles que lutam diariamente por ele”, declarou o prefeito.

Médicos

Dentre as questões, a situação da falta de médicos nos núcleos ESF  (Estratégia Saúde da Família), foi o destaque. Este impasse, segundo o prefeito Ernane, tem como uma das origens o valor dos salários oferecidos aos profissionais de Medicina na rede pública do município, ou seja, R$ 8,5 mil, valor até então dentro dos parâmetros oferecidos no Litoral Norte, porém insuficiente  para fixar o profissional na cidade, mesmo quando com aumento do vencimento por meio dos plantões no hospital, que rende aproximadamente R$ 1,5 mil a mais para cada um.

O prefeito explicou ser essa uma antiga realidade na região, visto ser a maior parte dos médicos provenientes de outras localidades. “Da mesma forma como vêm para cá, partem em busca de melhores oportunidades”, comentou, “além disso, há outras situações enfrentadas, a exemplo da aposentadoria de um profissional e do afastamento de outros (sem remuneração)”, acrescentou  Ernane.

A Administração tem se empenhado na busca por substitutos competentes e, para isso, usa todos os meios disponíveis no sentido de encontrá-los. “Para amenizar a situação emergencial, profissionais que trabalham nas coordenações da Sesau foram a campo, atuar nos núcleos ESFs para cobrir a falta temporária de médicos. Com essa medida a linha de frente de atendimento não é comprometida, ficando apenas duas posições descobertas”, disse o prefeito.

Outra questão importante ressaltada pelo prefeito, que explicou com riquezas de detalhes,  é a da falta de medicamentos e material médico. “Todas as Prefeituras têm leis a cumprir para comprar esses produtos e não pode simplesmente adquiri-los de forma direta para disponibilizá-los aos usuários”, disse.  “O processo não é simples e nem tão pouco rápido, além de precisar contar ainda com a eficiência do cumprimento de prazos dos fornecedores, nem sempre adequados às necessidades reais de quem precisa tomar remédios”, concluiu.

Herança

O Comus também levantou questões relacionadas à rede física e instalações que apresentam problemas diversos. “Em relação a esse problema, herdado por esta Administração, e não questionado pelas gestões passadas, a fim de evitar que chegasse a atual situação, a Prefeitura tem ciência de todas as necessidades e tem agido no sentido de recuperar e reformular as estruturas de unidades de saúde, porém as melhorias são realizadas dentro de um plano de ações que leva em consideração as prioridades”, observou o prefeito.

Para Ernane, é estranha a situação que obras já entregues e de suma importância para a população não são levadas em conta como saldo positivo como é o caso do ESF de Cambury, completamente refeito, que hoje é modelo para os demais. “As reformas das unidades do Morro do Abrigo e da Enseada e as inúmeras melhorias feitas no HCSS (Hospital de Clínicas de São Sebastião), foram praticamente ignoradas pelo órgão”, frisou o prefeito referindo-se ainda ao Comuss.

Tempo

A respeito da questão da demora de até seis meses para a realização de um exame oftalmológico, por exemplo, pela rede pública, o prefeito mostrou a mudança real registrada no serviço.  “Anteriormente o tempo de espera era de um ano a um ano e três meses”, salientou Ernane. “Evidentemente todos os esforços têm sido feitos para que esse e os demais serviços melhorem a cada dia, porém o avanço já alcançado precisa ser levado em conta, pois o tempo de espera diminuiu consideravelmente”, acrescentou.

Ernane fez questão de ressaltar também que “quem não tem conhecimento ou informações corretas e ouve tais apontamentos, acaba por acreditar que esses problemas todos são atuais, quando na verdade a Prefeitura tem se mobilizado para, além de trazer coisas novas, arrumar de forma correta os erros e os abandonos herdados de Administrações anteriores”.

Sobre o hospital da Costa Sul o prefeito lembrou a necessidade urgente da vinda de médicos ao município.

De acordo com Ernane, o processo para a construção da obra, extremamente relevante para os munícipes, sofre atrasos em consequência das alterações necessárias ao projeto e, principalmente, por discussões que, na maioria das vezes, são levantadas por quem não tem interesse em um hospital na Costa Sul. “Há quem, ao invés de colaborar com este assunto tão importante, traz apenas problemas infundados, com base apenas em interesses pessoais ou de um grupo, esquecendo as necessidades da população e sem estudar com atenção os detalhes do projeto, desenvolvido de forma muito competente”, afirmou.

Ações

Por sua vez, o secretário de Saúde, Aldo Conelian Júnior, colaborou entre outras questões, ao esclarecer a respeito da administração do HCSS. Para tanto,  explicou sobre os pontos pertinentes a cada parte envolvida na direção dos trabalhos. “A Administração Municipal, compete participar através de uma equipe atuante, e à Irmandade do Sagrado Coração de Jesus, como atual mantenedora do hospital”.

A Prefeitura viabiliza documento elaborado por uma equipe técnica da Sesau, com um plano de ação para que a Irmandade assuma a Administração. “Uma ação que beneficiará diretamente o hospital em diversos pontos, como na contratação de profissionais, inclusive oferecendo melhores salários”, disse. “Esse documento precisa agora ser aprovado pelo Comus, de onde se espera agilidade para que se possa dar continuidade a este processo de interesse público”, acrescentou.

O secretário fez questão de salientar as questões que envolvem a contratação dos profissionais de Saúde, lembrando que os médicos contratados migram naturalmente por uma questão de mercado de trabalho, “de lei de oferta e procura, mesmo porque não têm a estabilidade dos profissionais concursados como garantia”.

Ele ainda pontuou os diversos programas desenvolvidos pela pasta e que se tornaram referência, como o tratamento da Diabetes, que está entre os dez melhores do País, a quimioterapia, o atendimento feito às cidades vizinhas (pessoas que procuram os serviços prestados em São Sebastião), o serviço de locomoção para consultas e tratamentos fora da cidade, que busca o paciente em casa, os programas desenvolvidos pelo Ciama (Centro de Aleitamento Materno), e também pelo Cemin (Centro Municipal de Infectologia), entre tantas outras ações responsáveis pelo baixo índice de mortalidade no município.

Fonte: O Noticiado