Observatório Ambiental de São Sebastião recebe Exposição Arte Anárquica
segunda-feira, 4 de novembro de 2013A “Arte Anárquica” do artista plástico Zé Paulo tomou conta do espaço do Observatório Ambiental de São Sebastião, situado no Complexo Turístico da Rua da Praia. São 54 as peças que ficarão expostas até o início de janeiro.
A abertura da mostra aconteceu na noite desta sexta-feira (1), com a presença do prefeito Ernane Primazzi, do chefe de Gabinete Sérgio Felix e dos secretários da Habitação Roberto Alves; de Trabalho e Desenvolvimento Humano, Roseli Trevisan Primazzi e de Cultura e Turismo Marianita Bueno, além da diretora de Cultura, Vera Alonso. Amigos e admiradores das obras do artista também estiveram presentes a vernissage.
Após dois meses expostas no MACC (Museu de Arte e Cultura de Caraguatatuba), a exposição chega à cidade trazendo uma retrospectiva da carreira de Zé Paulo com peças desde o início da década de 90 que recebeu o nome “Arte Anárquica” da curadoria do museu.
De acordo com o artista, a anarquia proposta nestas obras não têm sentido de bagunça, mas sim um sentido político, de ausência de poder, o sentido real da palavra. “Para mim, esta é uma exposição eclética onde não sigo um estilo fixo”, disse.
Outro aspecto interessante ressaltado por ele é a mudança de local para a mostra, o que, em sua opinião muda também a maneira de vê-la. “Cada espaço transforma a exposição numa experiência absolutamente nova e igualmente especial”, comentou.
Bel Galvanezi e Edu Melchert, fizeram questão de prestigiar a abertura apreciar a arte do amigo Zé que os encanta a cada nova criação. “Vi essa exposição primeiramente lá em Caraguatatuba; trabalhos repletos de iluminação de ideias incríveis que misturam ferro, cerâmica, solda, coisas retorcidas, misturas de coisas e materiais que fazem nossa mente viajar por leituras sensacionais”, mencionou Bel. “A mudança de lugar traz astrais diferentes à exposição e, embora lá tivesse um ar mais glamuroso, gostei mais daqui por que trouxe um astral mais gostoso para esse passeio artístico”, resumiu Edu.
O prefeito, o chefe de Gabinete e os secretários passearam por entre as peças encantados com a criatividade e modernidade das obras.
Para a secretária Marianita Bueno, é um prazer poder receber um talento como o artista plástico Zé Paulo. “ Suas obras criativas e engenhosas e dão um toque diferenciado a esse espaço que provou ser maleável, se adaptando às possibilidades de cultura arte e lazer!”, frisou.
Já para a diretora Vera Alonso, a cultura por si já s prova dia-a-dia sua originalidade e capacidade de preencher a imaginação e completar espaços no cotidiano. “A obra do Zé cumpre uma possibilidade incrível de contato entre a população e a imaginação deste artista”, declarou.
O prefeito também elogiou a exposição. “O trabalho do artista faz nossa imaginação transgredir o comum e instiga a abrir a mente para o novo; isto é muito interessante e é o que valorizo na arte”, disse.. “Além disso, fiquei feliz por observar que este espaço tem mais possibilidades a serem exploradas, sempre visando trazer ao público a oportunidade de cultura e informação o que é extremamente gratificante”, acrescentou Primazzi.
O artista
Biólogo de formação, Zé Paulo já atuou profissionalmente em áreas variadas e confessa ainda não acreditar ser um artista. “A arte é muito especial, tem o poder de fazer as pessoas pensarem e refletirem, o que hoje é raro. O público busca significados para as suas obras e às vezes o que a pessoa imagina, não tem nada a ver com o que eu pensei, mas isso é muito louco, algumas peças nem precisam de explicação por que são obvias”, completou.
Zé Paulo usa da veia satírica e gosta de abusar do debochado em suas peças. Algumas delas são consideradas especiais por ele, como a escultura “O Circo”, que retrata a paixão de sua filha pela arte circense. Outras peças são assustadoras como a “Caixa de Pandora”. Peças musicais, eróticas e interativas também fazem parte da exposição.
Todo material usado para criar as obras são recicláveis encontrados na praia. A maioria delas é de ferro e madeira. Também é usada cerâmica na composição das obras criadas pela esposa de Zé. “Faço a cerâmica que uso nas peças com a ajuda da minha esposa, os outros materiais encontro na praia e guardo na minha casa, um dia viram obra, como é o caso do ‘Camarão’. São pedaços de madeira que juntei ao longo de dois anos e que foram encaixadas”, mencionou.
De acordo com o artista, às vezes as peças são mentalmente elaboradas antes de iniciar o processo de composição, “outras simplesmente saem, algumas demoram meses para ficar prontas”, explicou.
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