Vítimas de São Sebastião e Ilhabela correm risco de perder unidade do IML na região
sexta-feira, 6 de maio de 2011Depois de Caraguatatuba e Ubatuba enfrentarem problemas com as instalações do Instituto Médico Legal (IML), a crise agora afeta a unidade de guia de São Sebastião. Instalada no prédio da Delegacia Central, na Vila Amélia, as salas foram requisitadas pela Delegacia Seccional há três meses e até o momento um novo local não foi encontrado.
Providências do Estado e da Prefeitura de São Sebastião são aguardadas e a hipótese, caso o imbróglio não se resolva, é as vítimas da cidade e de Ilhabela terem de ser atendidas no município vizinho que recentemente inaugurou seu espaço, alugado pela administração municipal.
O IML de São Sebastião realiza uma média de 30 atendimentos por semana, em torno de 120 por mês, para fazer exames de corpo de delito, que inclui casos de agressão com base na Lei Maria da Penha, conjunção carnal (estupro e atentado violento ao pudor), exames cautelar (presos) e toxicológicos (droga e exame clínico para comprovar embriaguez).
De acordo com o chefe de equipe do IML no Litoral Norte, Arnaldo José Rosiello, há três meses a Seccional encaminhou ofício pedindo a desocupação da área e desde então, tem corrido em busca de uma solução.
“Entramos em contato com a Prefeitura de São Sebastião e nosso Núcleo está em contato com a Secretaria de Segurança Pública, em São Paulo, para conseguir um espaço onde possamos atender a população”, destaca Rosiello.
Uma casa com no mínimo uma sala grande, dois quartos e dois banheiros seria o ideal para a instalação da unidade do IML, conforme explicação de Arnaldo Rosiello. Segundo ele, embora há 30 anos instalada na sede da delegacia, ainda falta um espaço adequado para fazer os exames.
Ontem, o diretor do Núcleo de Perícias Médico-Legais, localizado em São José dos Campos, José Odir Romero, explicou que aguarda uma orientação de São Paulo para saber o que será feito com a unidade do IML de São Sebastião. Ele confirmou as solicitações à prefeitura e envio de ofícios à sua chefia, na Capital. “Não está confirmado o atendimento em Caraguá, até porque queremos a unidade em São Sebastião, mas é uma hipótese que não pode ser descartada”.
Ainda de acordo com Odir Romero, em Ubatuba e Caraguá existentes células de atendimento do IML, cuja sede é São Sebastião. Há uma equipe de cinco médicos que trabalham em regime de plantão nas três cidades e em dias alternados.
O delegado seccional do Litoral Norte, Múcio Alvarenga, confirmou a necessidade da desocupação das salas para o realinhamento que está fazendo com as delegacias. Ele disse que há vários meses vêm conversando com o pessoal do IML e aguarda uma posição para fazer as mudanças.
Distância
Para a população de São Sebastião e Ilhabela, a maior dificuldade se o problema não for solucionado é a distância para o atendimento. Tanto é que a procura é por um imóvel na região mais central. São Sebastião tem a distância para as pessoas que residem na Costa Sul, enquanto Ilhabela há a balsa para ser atravessada.
O prefeito de Ilhabela, Toninho Colucci, disse ontem que desconhecia o problema, mas que a população não pode ter mais esse problema a enfrentar caso tenha de ir a Caraguá. Ele atentou que pretende fazer gestão junto ao estado, embora entenda que esse é um dever do governo Estadual, para que os munícipes não sejam prejudicados.
Com relação à possibilidade de se alugar um imóvel, em parceria com a administração de São Sebastião, visando o atendimento dos moradores, ele disse que pode até conversar com o prefeito Ernane Primazzi. O prefeito foi procurado ontem, por meio de sua assessoria de imprensa, para falar sobre o imbróglio, mas até o fechamento desta edição não houve retorno.
Parceria
Quase dois anos após enfrentar problema semelhante, a nova sede do Instituto Médico Legal (IML) de Caraguatatuba foi inaugurada em dezembro do ano passado. Ela funciona na rua Rio de Janeiro, 381, próximo à Delegacia, no Jardim Primavera, região central da cidade. A medida foi possível após a prefeitura ter feito parceria com o governo do Estado para que o serviço não fosse retirado do município, como estava na iminência de ocorrer.
Em Caraguá, a unidade do IML também funcionava em uma sala dentro da delegacia do município, mas foi fechada porque o prédio precisa passar por reestruturação.
Fonte: Imprensa Livre
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