Vereadores apelam ao Estado contra desativação de delegacia da Costa Norte de São Sebastião
sexta-feira, 15 de abril de 2011Os vereadores de São Sebastião, Paulo Henrique (PDT), o PH e Marcos Tenório (PMDB) apresentaram na sessão de Câmara a moção de apelo ao governador do Estado de São Paulo, Geraldo Alckmin, para que não seja desativado o 3º Distrito Policial no bairro da Enseada, na Costa Norte da cidade, na última terça-feira. Atualmente a região da Costa Norte, onde está situado o 3º Distrito Policial, tem aproximadamente 20 mil habitantes.
“A comunidade dos bairros teme pela falta segurança, como brigas de gangues, roubos de carros e outros delitos”, explica o parlamentar Marcos Tenório.
A instalação do 3º Distrito Policial foi uma conquista da população com o intuito de inibir o crime no bairro e arredores, que estava em índices alarmantes. “É mostrar derrota”, opina Tenório sobre os trabalhos do governo estadual. Tenório ainda revelou que tomou conhecimento que “pessoas do mal” estavam fazendo churrasco na semana passada em comemoração ao fechamento da delegacia.
“Os moradores da Costa Norte reivindicam o retorno do Posto da Companhia da Polícia Militar, que foi desativado contrariando a vontade da comunidade, que se sente hoje a mercê de desocupados que rondam o local”, afirma PH. O vereador do PDT expõe como argumento a promessa da campanha de Alckmin em que assegura o aumento do efetivo das polícias militar e civil.
“O efetivo de hoje é menor do que havia na década de 90, quando a população era menor”, comenta PH.
Em apoio, outros pares também se manifestaram a favor da moção. Maurício Bardusco (PPS) avalia o fechamento da delegacia na Enseada como um descaso do Estado.
O presidente do Poder Legislativo, Artur Balut (PSDC) fala que o fato de fecharem uma delegacia o deixa triste. Ele cita o investimento caro em câmeras de monitoramento, que perderia a necessidade se não houver policiais suficientes. “Então vamos desligar todas as câmeras e tentar resolver nós mesmos”, desabafa Balut.
Outra versão
Para o delegado da Polícia Civil da seccional do Litoral Norte, Múcio Alvarenga algumas pessoas podem estar confundido as atribuições da polícia civil e militar. De acordo com o delegado, a polícia civil é responsável pela a apuração de um crime. Toda a parte de investigação e conclusão do inquérito cabe a civil. Já a Polícia Militar tem a incumbência de garantir a segurança, evitando ou minimizando as possibilidades de acontecer infrações ou crimes. “Não se pode confundir Pronto Socorro com hospital”, faz a analogia Alvarenga.
O delegado da seccional explica que na delegacia na Enseada havia apenas quatro agentes, sendo um delegado, dois investigadores e um escrivão. “Houve 427 boletins de ocorrência em 2010. Uma média de 1,1 boletim por dia, sendo que metade não era criminal, mas perda de documento, problemas com terrenos, etc.
Houve apenas no ano passado 1,5 de flagrantes dia. Isso sem contar todos os gastos com empresa de limpeza, parte de informática e outros para se manter a unidade”, comenta o delegado.
Outra queixa de Alvarenga é quanto às instalações da delegacia na Enseada. “Não há saída alternativa, nem local adequado para reconhecimento e denúncias”, fala.
Alvarenga acrescenta que o decreto que instituiu o 3º distrito não será revogado. “E unindo com o 1º distrito irá otimizar a parte burocrática”.
O delegado sugere aos vereadores que reivindiquem também uma viatura da Guarda Civil Municipal (GCM) em cada bairro da cidade. Ele também informa que na última sexta-feira, esteve presente na delegacia que será fechada para explicar a situação aos moradores. Nesta reunião havia cerca de 70 moradores, segundo o delegado.
Alvarenga também salienta o Conselho de Segurança (Conseg) que é “atuante, mas com pouca participação”. “A pessoas não frequentam os conselhos, só procuram para algum problema pontual”, diz o delegado.
Por fim, o delegado fala da necessidade de atrair novos policiais e aumentar o efetivo na cidade e região. Ele cita Caraguatatuba, como exemplo de esforço para atrair novos agentes. “Lá já foi aprovado um projeto de lei que dá um pró-labore no valor de um salário mínimo, que seria revertido em auxílio estudo, moradia, alimentação, entre outros, para todo o policial que trabalhar em Caraguá”. “Aliás, uma base policia não promove segurança em nenhum lugar do mundo”, salienta Alvarenga.
Fonte: Imprensa Livre
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