Novo secretário da Semam quer reunião com novo presidente da CDSS e analisar propostas para ampliação do Porto de São Sebastião
quinta-feira, 27 de janeiro de 2011O secretário do Meio Ambiente de São Sebastião, Eduardo Hipólito do Rego, que assumiu o cargo no último dia 17, disse esta semana que pretende se reunir com o recém empossado presidente da Companhia Docas de São Sebastião (CDSS), Casemiro Tércio Carvalho. O objetivo é se inteirar sobre o ritmo de trabalho que ele pretende imprimir com o projeto de ampliação do Porto de São Sebastião. Hipólito, até então um dos representantes da Real Norte, coletivo de entidades ambientalistas da região, e do Instituto Educa Brasil, foi um dos principais integrantes do grupo de ambientalistas que se apresentou contra o projeto de ampliação do porto como estava proposto.
Essa era uma das metas do ex-presidente Frederico Bussinger e também uma das bandeiras do prefeito de São Sebastião, Ernane Primazzi, hoje seu atual chefe.
“Sou a favor da ampliação do Porto, mas sem contêiner, e da forma como foi proposto era preocupante para a questão ambiental”, disse o secretário da Semam.
Ele adiantou ainda que a ampliação é pertinente, cabível, “mas com restrições, de uma forma mais modular, não se pensando em um crescimento de uma vez. Por isso, quero primeiro conversar com o novo presidente para saber como ele pretende tratar essa questão da ampliação e as implicações ambientais”.
O engenheiro naval Casemiro Tércio Carvalho assumiu a presidência da CDSS no início deste ano e ressaltou a importância da ampliação do Porto, assim como a do contorno Caraguatatuba e São Sebastião.
Disse ainda que assume com o propósito de dar continuidade ao projeto de ampliação, com alternativas para o translado de containeres e um empenho da gestão ambiental do porto, o que para ele seria um diferencial, além de tratar com qualidade todos os profissionais e operadores que vivem em função do porto e dar celeridade ao processo.
“Quanto mais rápido implantarmos o projeto, mais haverá ganho para a região, mais se arrecadará de impostos, mais se investirá em outros serviços públicos. Enfim, é uma relação do ganho a ganho”, destacou o presidente.
Indo ao encontro à sugestão de Eduardo Hipólito, Tércio Carvalho antecipou que pretende manter um diálogo aberto com o setor ambientalista. “Em nenhum momento vou querer travar duelos com a sociedade, pelo contrário, a grande estratégia é criar amigos do projeto e pra fazê-lo, temos que conversar muito, ser muito transparente na hora de tomar decisão”, disse.
Favorável
Desde o início dos projetos para a expansão do Porto de São Sebastião, o prefeito Ernane Primazzi tem se mostrado um dos mais otimistas. Em novembro de 2009, durante explanação na Assembleia Legislativa, ele voltou a defender a ampliação e enfatizou que juntamente com esse processo é preciso que a região tenha um novo sistema viário capaz de absorver a demanda de cargas em direção ao complexo portuário.
Quanto a possíveis danos ambientais, o prefeito afirmou, na ocasião, que impactos ambientais negativos na região já existem, independente do plano de ampliação do Porto.
“O que nós temos que fazer é, desde já, trabalhar para amenizar os impactos negativos do projeto e potencializar os impactos positivos do empreendimento, que serão muitos”, disse Ernane.
Com relação à possível incompatibilidade do desenvolvimento turístico na região em função da expansão do porto, Primazzi analisou que o setor turístico seria privilegiado e a tendência é de receber mais visitantes, uma vez que o plano contempla um cais de atracação específico para navios de cruzeiro.
Ontem, Primazzi voltou a defender a necessidade de um terminal de passageiro no Porto de São Sebastião e destacou ainda que ele deveria ser feito antes mesmo da ampliação para navios de carga. “Os dois podem ser feitos até juntos, mas em uma primeira fase deve sair o terminal de passageiros”.
Em sua avaliação, a indicação do nome de Eduardo Hipólito para ocupar a Secretaria do Meio Ambiente, foi à base de muita conversa. “Conversamos por mais de duas horas, abordando toda a questão ambiental, e não vejo motivo para parar com o processo de expansão. Mais deixei claro para ele que se acha que tem algo que precisa ser mudado no projeto, deve ir lá, convencer ou sugerir aos técnicos”, destacou.
Com relação à poluição ambiental, ele destacou que hoje caminhões rodam mais de 350 quilômetros para chegarem ao Porto de Santos, por exemplo, e a poluição já existe. Vindo ao Porto de São Sebastião, haveria uma redução na quilometragem. Observou ainda com relação aos comentários de navios enfileirados no canal, “não há sentido porque a própria Capitania dos Porto não permite por questão de segurança”.
Quanto à abordagem de que só deveria usar o porto para navios de passageiros, ele vai mais longe.
“Qual é o combustível que se usa nos navios. Seja de carga ou passageiro, parando 200 de um ou de outro, o consumo será o mesmo”, exemplifica.
Ainda de acordo com Ernane Primazzi, não se pode perder tudo o que já foi feito até o momento visando a melhoria do porto da Cidade de São Sebastião.
Fonte: Imprensa Livre
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