Impacto ambiental em São Sebastião requer avaliação profunda, diz prefeito
segunda-feira, 8 de abril de 2013O prefeito de São Sebastião, Ernane Primazzi, afirmou que os impactos ambientais gerados pelo vazamento de combustível de um píer do Terminal Almirante Barroso (Tebar), ocorrido na última sexta-feira (5), necessitam de uma avaliação profunda, mas que o incidente traz muitos prejuízos para a cidade. O prefeito se encontrou no domingo (7) com representantes da Transpetro para abordar o problema.
De acordo com Primazzi, a limpeza superficial das praias deve terminar até quarta-feira (10), mas o trabalho nas encostas e costões deve demorar mais tempo. O prefeito estima um período de pelo menos mais 15 dias.
“A questão ambiental necessita de avaliação profunda. Com certeza foi afetada sim, mas a dimensão disso tudo só vamos saber nos próximos dias. Resta agora o que vai ficar para ser feito e que precisa ser recuperado a longo prazo: a questão do ecossistema, encostas, limpeza de pedras, tudo deve ser feito no decorrer do tempo”, explicou.
Mesmo ainda sem ter dimensão dos danos causados, o prefeito afirmou que o vazamento traz inúmeros prejuízos para a cidade. “Por um período vai afastar o frequentador da praia, gera prejuizo no comércio local. Tivemos contato com os pescadores para saber do impacto desse óleo no dia-a-dia deles e já converso com a Transpetro para fazer uma compensação a esses pescadores”, disse.
Para o secretário de Meio Ambiente da cidade, Eduardo Hipólito, o vazamento traz consequências graves para São Sebastião. “É um acidente de natureza gravíssima, vários ecossistemas costeiros foram atingidos. Você tem um efeito cascata no meio ambiente, então é muito grave o que aconteceu”, afirmou. Hipólito ainda classificou o acidente como o “mais grave nos últimos dez anos”.
A Transpetro também não informou a prefeitura de São Sebastião sobre a quantidade de combustível que chegou a vazar do píer, mas trata-se de um óleo utilizado para a caldeira de navio. “Ele tem uma composição muito parecida com a capa asfáltica, tem um cheiro muito forte e tem uma dispersão muito rápida. Com as correntes marítimas e a ação dos ventos, ele alcançou áreas muito grandes em um espaço curto de tempo”, explicou Hipólito.
Praias afetadas
No domingo, a Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb) afirmou que pelo menos três praias da cidade de Caraguatatuba foram atingidas. Na noite de sábado (6), a mancha havia chegado à enseada de Caraguatatuba, mas não havia afetado nenhuma praia. Segundo o órgão, a mancha de óleo atingiu as praias de Massaguaçu, Cocanha e Capricórnio e há evidências de que a mancha teria chegado também às praias de Mococa e Lagoinha.
Nas três praias atingidas, as equipes da Petrobras devem realizar o trabalho de limpeza na cidade de São Sebastião para retirar as pelotas de óleo que permaneceram na areia após a baixa da maré. Segundo a Transpetro, os trabalhos de limpeza nas praias Pontal da Cruz, Deserta, Arrastão e Cigarras, onde a mancha atingiu os costões rochosos, já foram concluídos. As equipes se concentram também na limpeza da Ponta do Arpoador.
Em São Sebastião, nove praias foram atingidas pelo vazamento do combustível. A Cetesb alterou o índice de balneabilidade das praias das Cigarras e Arrastão, ambas consideradas impróprias. A praia Pontal da Cruz já estava classificada como imprópria. Os técnicos da Cetesb devem realizar na segunda-feira (8) um novo voo de monitoramento para avaliar a situação das praias atingidas.
Segundo a empresa, foi feito um acordo com a Cetesb para a desmobilização dos recursos de contingência na região do píer e nas praias Deserta, Pontal da Cruz, Ponta do Lavapés e Olaria, que já estão limpas e não necessitam mais de monitoramento.
Ainda não há uma definição por parte da Cetesb se haverá algum tipo de penalidade à Petrobras. A empresa ainda deve fazer um relatório sobre o que aconteceu e somente a partir daí a Cetesb irá definir uma possível punição, que pode ser tanto uma advertência quanto uma multa.
O Ibama também acompanha os trabalhos no litoral norte e já notificou a Transpetro determinando a apresentação de um relatório preliminar informando a causa, volume e recursos empregados nas ações de resposta. O órgão ainda aguarda o laudo da empresa.
A quantidade de óleo vazado não foi informada e ainda não há a dimensão do dano causado pelo vazamento.
Fonte: G1
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